MISTURA #1
Mistura é uma oficina que propõe um jogo de montação a partir de elementos que se tem à mão. A oficina pretende forjar um ritual entre mulheres e plantas, e pensar uma mistura coreográfica - como uma brincadeira com as palavras usadas pelo filósofo italiano Emanuele Coccia (2018) que sugere uma metafísica da mistura. Fazer com a dança/coreografia alternativas de mundos interespecíficos, ferales, não humanos, como forma de resistência ao antropoceno/plantationceno/capitoloceno, reunindo perspectivas que apontam cosmopolíticas desde outras formas de estar no mundo: caule, raízes, seiva, folhas, flores e frutos.
Uma coreografia de mulheres interessadas em encontrar alianças possíveis entre as roupas, objetos e plantas. "Alianças afetivas"como diria Ailton Krenak, a partir de cotidianos improváveis. Parentescos e vizinhanças impossíveis. Transformar-se para fazer outros arranjos e imaginar futuros e rituais de contra-domesticação.
| 2020, live-performance, 30' |
Como num sonho pandêmico, a proposta dessa live/performance é ativar um desejo de floresta no espaço improvável da sala de casa (ou de qualquer lugar). Partindo do corpo, da ficção, das plantas e objetos a experiência recupera formas de ação presentes tanto no pluralismo dos conhecimentos originários como nas práticas de reflorestamento. Na tentativa de fazer um cruzo, o que se apresenta é um movimento em direção a capacidade de encantamento do mundo como estratégia de redesenho do real e do presente. O sonho da regeneração, da cura, da festa e da fartura como saídas ao deserto da monocultura. Transformar o corpo, a sala, a dança, a cidade, o Brasil, o mundo, as relações, o futuro, o medo, o vírus, os afetos, o mercado, as encruzilhadas, o desejo em FLORESTA.
FLORESTA
BANDEIRA
BANDEIRA é uma manifestação coreográfica para territórios urbanos. É uma tentativa de abrir caminhos em encruzilhadas de espaços desmatados e propor um olhar para as contradições da vida que escolhemos viver. É um jogo de colocar o corpo junto a um discurso. A bandeira: em meio a tantas, levantadas sobretudo no último ano, o objeto que fala, e, ao mesmo tempo, espelha o idealismo pelo qual lutamos. Símbolo de enunciação do desejo: são muitas as lutas e muitas as capturas. Aqui escolhemos uma, que se faz mais urgente e permite que a vida seja vivível na Terra: a árvore.

A criação se deu durante o ano de 2022, no Brasil, entre eleições, copa do mundo e guerras. O desejo foi de investigar, a partir da dança, afetos e cuidados para transformar a cidade em floresta, deixar passar as águas dos rios, o mar invadir o asfalto, a terra respirar chuva, as flores chamarem a atenção das abelhas. Danças para aproximar a vida da vida, restaurar presenças e inventar refúgios contra a destruição.
ENTREVISTA
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