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Elisabete Finger
Coreógrafa e performer brasileira. Suas criações investigam a materialidade e anatomia dos corpos e das coisas, expondo texturas, densidades, formas e fluídos em situações que exploram a fronteira entre deleite e perturbação. Através do contato-colisão entre matérias, experimenta lógicas guiadas por sensações e erotismos, que muitas vezes se chocam com significados e expectativas sociais ou culturais. Seu trabalho recente investiga encontros inesperados entre participantes muito diferentes, como uma forma de praticar ecologias políticas, buscando outras formas de empatia.
Estudou Direito/Políticas Públicas no Brasil, Dança e Coreografia em diferentes lugares como o programa Essais no CNDC d’Angers (França) e o MA SODA (UdK/HZT Berlin). Desde 2021 vive entre São Paulo e Berlim, mantendo colaborações no Brasil e em outros países. Foi bolsista da Martin Roth Initiative 2021/2022. Em 2023 é artista residente no Radialsystem, parte do programa Weltoffenes Berlin.
CORRA RÁPIDO, MORDA FORTE
Olhando para alguns "mitos da criação" – as diferentes versões que muitas culturas apresentam sobre o início de tudo – encontramos referências de uma época em que a humanidade, os animais, as plantas, as coisas, o espaço, o tempo, o futuro e o passado estavam juntos. Descobrimos narrativas sobre criaturas fantásticas que são ao mesmo tempo homem e mulher, velho e jovem, humano e serpente, ou cavalo, ou planta. Em relações nem sempre pacíficas, podemos reconhecer uma complexa capacidade de cooperação, e aprender sobre anatomias híbridas e encontros heterogêneos, comprometidos com os desafios de uma existência interconectada.
Entre coreografia e colagem, associações e dissociações, acoplagens e desacoplagens, CORRA RÁPIDO, MORDA FORTE reimagina alguns gestos e práticas de cuidado abrangendo modelos mais expansivos (ou promíscuos) para viver e morrer juntos neste mundo.
Monstra
UMA COREOGRAFIA-COLAGEM PARA PESSOAS E PLANTAS
Sequências de células coreográficas independentes – blocos de ações que se colam e se separam uns dos outros com certa brutalidade, como se fossem cortados com uma tesoura. Um ecossistema que se situa entre o clássico e o absurdo, o analógico e o digital, o doméstico e o selvagem, a delicadeza e o delírio. Uma existência de 335 milhões de anos vista em 360 graus.
Elisabete Finger + GIRADANÇA
Um olhar para a diversidade de corpos femininos e suas nem sempre diversas representações. Três performers incorporam posturas e posições mais ou menos conhecidas, encontradas em arquivos pessoais, revistas femininas, anúncios, pinturas e esculturas históricas, chegando a objetos decorativos a venda no mercadolivre. Da mitologia antiga à vida contemporânea, como as mulheres têm sido retratadas? Que corpos são protagonistas dessas representações e que ações lhes são atribuídas nessas imagens? A coreografia é aqui uma “economia” – um regime de atividades que rege uma dança – para incorporar narrativas, para fazer e desfazer nossos próprios arquétipos de beleza, poder, fertilidade, êxtase, amor e guerra.
Graça
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