GRAÇA
Elisabete Finger + GIRADANÇA

Um olhar para a diversidade de corpos femininos e suas nem sempre diversas representações. Três performers incorporam posturas e posições mais ou menos conhecidas, encontradas em arquivos pessoais, revistas femininas, anúncios, pinturas e esculturas históricas, chegando a objetos decorativos a venda no mercadolivre. Da mitologia antiga à vida contemporânea, como as mulheres têm sido retratadas? Que corpos são protagonistas dessas representações e que ações lhes são atribuídas nessas imagens? A coreografia é aqui uma “economia” – um regime de atividades que rege uma dança – para incorporar narrativas, para fazer e desfazer nossos próprios arquétipos de beleza, poder, fertilidade, êxtase, amor e guerra.
BURACO
UMA AVENTURA DA MATÉRIA

Aqui tudo é Furado e tudo fura. Tudo é para atravessar, para sair ou entrar, para cair dentro, para permanecer, para desaparecer. Para olhar e ver do outro lado: preto, pele, verde, estampado, cabeludo. BURACO é uma aventura da matéria. Sem transição. Cabe um mundo.

BURACO veio de um desejo de partilhar com um público infantil outras possíveis lógicas relacionais, abrindo espaço para uma aventura sensória e sensível. Como trabalho coreográfico, a peça explora as possibilidades de ser e mover um corpo-matéria (um corpo que é matéria: carne, ossos, músculos, líquidos, tecidos, cabelos, buracos…) em contato/colisão com outras matérias. Um buraco é entendido aqui como uma relação: entre dentro e fora do corpo, entre diferentes corpos, entre diferentes materiais. Buracos estão no movimento, em movimento, entre movimentos, entre arranjos coreográficos. Buracos são frestas, vazamentos, são passagens para outros lugares, são portais para outros mundos.
Para crianças e adultos.
MONSTRA
UMA COREOGRAFIA-COLAGEM PARA PESSOAS E PLANTAS

Sequência de células coreográficas independentes – blocos de ações que se colam e se separam uns dos outros com certa brutalidade, como se fossem cortados com uma tesoura. Dentro de cada bloco há um enunciado comum, mas cada conjunto pessoa-planta responde a ele de forma distinta, construindo a cada novo corte uma não-totalidade: uma colagem, uma comunidade, um ecossistema, uma MONSTRA.

Entre o analógico e o digital. Entre o doméstico e o selvagem. Entre a delicadeza e o delírio. Entre o grito e o gozo. Uma existência de 335 milhões de anos vista em 360 graus.