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Grupo Cena 11 de Dança
O GRUPO CENA 11 CIA. DE DANÇA desenvolve e compartilha ferramentas técnicas fundamentadas nas relações entre corpo, ambiente, sujeito e objeto como variáveis de um mesmo sistema vivo que existe enquanto dança. Seus projetos de pesquisa e formação confluem teoria e prática no entendimento de dança e atravessam as definições de corpo tratando tecnologia como extensão e expansão do corpo propriamente dito. A Companhia, dirigida por Alejandro Ahmed, surgiu e é radicada na cidade de Florianópolis - SC e atua desde 1995 na produção artística de dança tendo se tornado referência nacional e internacional da área. Um núcleo de criação com formação em várias áreas compõe a base para uma produção artística em que a ideia precisa ganhar expansão num corpo e se organizar como dança. O grupo propõe através de um elenco estável a organização coletiva através das singularidades do elenco
Eu não sou só eu em mim
Eu não sou só eu em mim (Estado de natureza - Procedimento 01)
O Projeto “Eu não sou só eu em mim” é o primeiro procedimento de aplicação teórico-prática do novo objeto de pesquisa do Grupo Cena 11 para 2023/2024: "Estado de Natureza" (Projeto teórico prático para reconsiderar as tensões práticas e terminológicas da falsa dicotomia entre comportamento/linguagem, à luz da tecnologia como natureza).
“Eu não sou só eu em mim” propõe um contraponto anarco-coreográfico sobre o conceito de "Povo Brasileiro" na obra de Darcy Ribeiro, modulando as relações entre alteridade, identidade, comportamento, e linguagem para a transdução em dança e coreografia.
Dança como uma incorporação sintomática da causalidade espalhada, que nos define bio culturalmente em nosso comportamento cinético. Dança como uma tecnologia comportamental. Anarco Coreografia com o objetivo de horizontalizar hierarquias entre linguagem e comportamento. Um ecossistema algorítmico de alteridades associadas, no qual tudo que se move é composição coreográfica em potencial.
Neste contexto, atravessado pela definição de uma "étnico identidade nacional" em Darcy Ribeiro, o Projeto busca praticar um contraponto propondo identidade como um fluxo constante de mudanças, e questionando: O que poderia ser uma "dança brasileira"?
Eu, o Outro e o aprendizado da Máquina.
O Projeto tem como objetivo o uso de dispositivos estruturados em Inteligência Artificial (Processamento de linguagem Natural), e aprendizado de máquina para construir um ecossistema coreográfico que retroalimente dança, palavra, som e imagens.
O "prompt" como algoritmo de síntese não linear. Um modo de controle remoto da ação encontrando pontos de similaridade com a composição coreográfica do Grupo Cena 11.
Este sistema é alimentado por dados emblemáticos referentes ao Cena 11, seu elenco, e modos de incorporar tecnologia. A coreografia se formula no contato, criação e desvio que estes dados manifestam.
Assim, o modo como os dados são articulados pela máquina cria assuntos sobrepostos sobre o mesmo comando, manifestando várias curvas simultâneas de subjetivação.
“Eu não sou só eu em mim” como primeiro procedimento de "Estado de Natureza", inaugura a nova proposta artística do Cena 11. Uma prática de anti-pureza, dissolvendo a ideia de mistura para atuar por meio de encontros de similaridade e associações assimétricas. O Comportamento e a linguagem em retroalimentação sistêmica onde o artificial é de ordem natural.
Alejandro Ahmed
Matéria Escura
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"Matéria Escura" tinha sua data de estreia para Abril de 2020.
Seus fundamentos artísticos se amparam na detecção de uma força através dos sintomas que esta força acusa nos corpos atravessados por ela. Um corpo invisível, que vincula à aparência dos seus efeitos de presença em outras matérias para manifestar sua existência.
É também um nome próprio. Um vestígio de Futuro. Um devir de Passado.
Situa também a possibilidade de coreografia como uma matéria invisível, como uma possibilidade sintática de matérias assimétricas.
Nos últimos 13 meses mergulhamos no "Matéria Escura" através do "Futuro Fantasma", projeto que é desvio e expansão, o tempo presente do Cena 11. Desde março de 2020 o grupo vem desenvolvendo uma forma de incorporar o trânsito entre presença e telepresença. Um novo corpo em estufa para outro "Matéria Escura". Um exílio ativo num Brasil à deriva. A prática de relações entre mudança, risco e imunidade na investigação artística de um corpo biopolítico.
No atual processo, ferramentas novas correlacionam presença, virtualidade, arquivos, memória, e toda espécie de transdução que escorre destes contatos.
Um movimento contínuo multidirecional a integrar ações de texto, áudio, vídeo, temporalidades e espacialidades através dos corpos que tornam acessíveis a manifestação e o atravessamento da vida das coisas, no acontecer do movimento.
A dança como instrumento para transduzir comportamentos cinéticos em sintaxes bio culturais.
Corpo Sintoma
Na escuridão tudo é engolido?​
Na distração dos olhos, o que não conseguimos ver?​
Na atenção à integração dos sentidos é possível mapear o ponto cego da presença? ​
É possível na irreversibilidade da vida nossos corpos se multiplicarem em temporalidades e espacialidades para dar continuidade ao movimento do estar vivo? ​
Extinção é uma aparência.
Oportunidade feita de aparência.
Tudo se move até o fim.
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Ficha Técnica
Criação, coreografia e performance: Alejandro Ahmed, Aline Blasius, Bianca Vieira, João Peralta, Karin Serafin, Kitty Katt, Luana Leite, Malu Rabelo, Natascha Zacheo.
Operação e Criações em vídeo e som: Alejandro Ahmed e João Peralta.
Direção Técnica: Grupo Cena 11.
Interlocução para iluminação: Irani Apolinário e Rafael Luiz Apolinário
Técnico de som e transmissão: Eduardo Serafin.
Direção de Produção: Karin Serafin.
Assistência de Produção: Malu Rabelo.
Assistência de direção de movimento: Aline Blasius.
Assistência cenotécnica: Adilso Machado.
Equipe de Produção, mídias sociais e Projeto: Aline Blasius, Bianca Vieira, Kitty Katt, Luana Leite, e Natascha Zacheo.
Peças Gráficas: Luana Leite
Fotografias: Cristiano Prim e Karin Serafin
Tradução: Kitty Katt.
Preparação técnica: Aline Blasius, Kitty Katt e Alejandro Ahmed
Desenvolvimento técnico-artístico para Matéria Escura 2019/2020 e Teaser para Futuro Fantasma 2020: Hedra Rockenback
Criação e programação de objetos, instrumentos, e mecanismos para “Matéria Escura”: Diego de los Campos.
Fúrias: 5 estruturas feitas com galhos de árvores. animadas por motores, vibram se deslocando ruidosamente pelo chão.
Água nervosa: Uma válvula solenóide controlada por Arduino instalada na base de um recipiente de vidro, faz uma gota cair sobre um captador de som.
Besta: Sintetizador feito com Arduino usando a biblioteca Mozzi que tem 5 potenciômetros que regulam a frequência de 2 osciladores, pitch, nota e ruído.
Sampler: Arquivos de áudio de frases usadas no espetáculo são controladas em sua duração, velocidade de reprodução (pitch), começo e final.
Baixolata: Uma lata de tinta de 3.6 litros funciona como caixa de ressonância de um baixo de uma corda só.
Plantas para cenografia: Karin Serafin
Textos: Grupo Cena 11
Interlocução técnico - artística para criação de vídeos “Matéria Escura”: PACT-UFSC ( João Peralta, Rodrigo Garcez, Thiago R. Passos ).
Operação de câmera "Matéria Escura": Karin Serafin e João Peralta
Operações de drone: Alex Costa
Co-produção: Mousonturm, Tanzhaus NRW, PANORAMA RAFT, Instituto Goethe, Gabi Gonçalves, Corpo Rastreado - São Paulo, Something Great - Berlin.
Apoio: Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura ⁄ Edição 2019.
Sede e preparação técnica: Jurerê Sports Center (JUSC).
Concepção, Direção e Coreografia: Alejandro Ahmed.
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